Sinto-me vazio, sugado até as entranhas, perdido entre tripas-coração
Bebi um oceano de panacéias a vida toda e agora me encontro sozinho
Entre diversos clichés sentimentais, não perco a compostura
Não me sinto "eu mesmo", mas outro, outro metamorfoseado
Um inseto dependente das pessoas, de provas, de desafios, de pedras, de gravatas, enfim
Quero descer o vale, caminhar ao rio, tacar pedras tetra-quicantes
Mergulhar no mato e vislumbrar o passado lá de cima, longínquo, aquém de minha existência
Quero me esquecer um pouco, parar de raciocinar como um babuíno esperto
Deixar o ar penetrar meus pulmões e sorrir, ou chorar, o que vier à tona...